Árbitra registra tentativa de agressão na súmula e Jean Carlos poderá ser punido no TJD

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Apesar da bela final que Náutico e Retrô protagonizaram no último sábado, uma cena em particular causou muita contradição. Após desferir uma cotovelada no volante Yuri Bigode, do Retrô, o meia Jean Carlos acabou sendo expulso quando o VAR interferiu no lance e a Árbitra Deborah Cecília concordar com a punição. O meia, então, partiu para cima da oficial levantando o braço esquerdo, em um movimento que parecia se armar para agredir Deborah. Foi então que os atletas do Retrô e do Náutico seguraram Jean e o atleta, sobre muito protesto, se retirou de campo.

Para a Árbitra, Jean teve sim intenções de agredi-la, e que contestar o fato, seria brigar com as imagens: “As imagens estão aí. Ficou claro a atitude dele com relação à cotovelada no jogador. E ficou claro o meu cuidado de dar dois, três passos atrás para expulsá-lo. Se eu não dou esses passos, coisa pior iria acontecer”, afirmou Deborah em um vídeo nas redes sociais.

“E se as pessoas que estão envolvidas ali, os jogadores da outra equipe, e até os próprios companheiros e a arbitragem, não entram, eu com certeza teria sido peitada e agredida sim. A gente não pode perder a cabeça e partir para cima de qualquer pessoa. No mínimo, respeito. Em qualquer profissão e qualquer gênero”, complementou.

Na súmula, Deborah registrou o ocorrido no lance anterior e a suposta tentativa de agressão do jogador Jean Carlos, e este registro poderá resultar em uma condenação no TJD-PE: “Após eu ter apresentado o cartão vermelho direto, o jogador expulso partiu em minha direção na tentativa de me agredir, sendo contido pelo árbitro assistente Clóvis Amaral, e por seus companheiros de equipe, além disso relutou a sair do campo de jogo, sendo retirado por seus próprios companheiros de equipe”.

Logo após as comemorações do título, Jean Carlos falou em suas redes sociais o seu lado, em um vídeo de 2 minutos. O meia admitiu ter perdido a cabeça quando viu o cartão vermelho ser apresentado para ele, mas disse que em nenhum momento teve a intenção de agredir a oficial.

“No momento da expulsão, sim, eu fiquei muito chateado, perdi a cabeça, porque eu sabia que não tinha dado a cotovelada e sim que eu tinha feito o movimento de tirar o braço dele (Yuri Bigode)”, afirmou Jean.

“Em nenhum momento a xinguei. Em todo momento que fui para cima, para falar com ela, era sobre que eu tinha tentado tirar o braço dele, que não tinha dado a cotovelada, mas entendo que pelas imagens parece que eu poderia fazer algo. Jamais encostei a mão em uma mulher e jamais encostaria. Se a Deborah achou em algum momento que isso poderia acontecer, peço desculpas a ela, peço desculpas a todas as mulheres, a todas as torcidas, a quem estava assistindo ou a quem viu alguma notícia”, complementou.

O Clube Náutico Capibaribe divulgou uma nota na noite desta segunda-feira sobre o ocorrido:

O Clube Náutico Capibaribe reafirma que é veementemente contra qualquer tipo de agressão ou discriminação, em todas as esferas, dentro ou fora de campo. E busca cumprir este princípio na prática, razão pela qual tem contrato com consultorias de gestão interna, a exemplo da Women Friendly, cuja atuação se insere no tema em debate.

No caso que envolve o atleta Jean Carlos, o seu histórico como jogador e cidadão apresenta-se, de partida, como um importante reforço à versão que o profissional publicou: não houve sequer a intenção de praticar uma agressão à integridade física da árbitra. Ele reconhece a forma exaltada da sua reclamação, pela qual externou desculpas nas suas redes sociais, após a partida.

Além da conduta do atleta, ao longo da carreira, as próprias imagens servem para atestar suas declarações. O movimento, interpretado como suposta tentativa de agressão, era uma repetição do que se passara no lance, quando se buscou se desvencilhar do atleta adversário, que o segurava. Não resta dúvida de que ele foi enfático, inconformado com a punição, ao tentar esclarecer o ocorrido. explicar a árbitra que não tentou agredir o adversário, mas, sim, se desvencilhar do mesmo. Ele refaz exatamente o mesmo gesto, repetidamente, à beira do gramado momentos antes da decisão ser tomada, após a consulta do VAR.

Internamente, institucionalmente, seguiremos avançando no debate e na prática para que o futebol seja um ambiente de rivalidade, disputa, mas sempre com respeito às pessoas e combate a qualquer tipo de violência ou preconceito, onde nem mesmo situações como esta, de excesso nas reclamações, voltem a ocorrer.

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