Náutico começa a temporada amanhã contra o seu principal adversário do ano passado: a inconsistência

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Por Filipe Almeida – O Náutico encara o Íbis, o popularmente denominado “pior time do mundo”, em sua primeira partida na temporada de 2022. Com uma temporada bem cheia devido ao bom desempenho no estadual ano passado, o Timbu terá o Campeonato Pernambucano, a Copa do Nordeste, a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro Série B para disputar. Todos esses campeonatos significam receitas importantes para o cofre do clube – receitas que podem resultar em uma boa campanha no regional (talvez até mesmo o título do Nordestão, que o Timbu ainda não tem) e, é claro, o acesso a elite do futebol brasileiro, principal objetivo do alvirrubro para a temporada, que o clube deixou de conquistar ano passado devido a inconsistência.

Pernambucano

O Náutico é o atual campeão pernambucano, e pretende ir atrás do bicampeonato. Foto: Tiago Caldas / CNC

Como campeão do Pernambucano, a missão inicial do Timbu é repetir a dose, já que seus principais adversários estão em igualdade ou em situações piores que a sua, trazendo uma boa oportunidade ao clube de conquistar o bicampeonato. Seu caminho no estadual começa com o Íbis e se encerra com o Clássico das Emoções, contra o Santa Cruz, que só tem o pernambucano para disputar este ano, o que o torna principal concorrente ao título.

Copa do Nordeste

O Náutico é o único do trio de ferro que ainda não conquistou a Copa do Nordeste. Foto: Thais Magalhães/CBF

Já na Copa do Nordeste, o confronto é contra o Campinense. O Timbu é o único no trio de ferro que ainda não conquistou um Nordestão, e é claro que o time quer tirar essa “zica” que o persegue há anos, mas quando se tem adversários como Fortaleza, atual quarto colocado na Série A do Brasileirão e classificado para a Libertadores, além do Ceará, Bahia e o próprio rival Sport, as coisas começam a ficar complicadas para o Timbu. Mas, uma boa campanha que leve o alvirrubro até as semifinais, poderá significar uma evolução satisfatória em comparação às últimas participações do Náutico no regional.

Copa do Brasil

Em sua última participação, em 2020, o Timbu chegou até a segunda fase, quando foi eliminado nos pênaltis pelo Botafogo. Foto: Caio Falcão/CNC

A Copa do Brasil deverá ser o foco do Náutico neste começo de temporada, principalmente pela receita altíssima que os clubes receberam por cada fase que passar. Só por participar do Campeonato, o Timbu embolsará cerca de R$ 540 mil, devido ao ranking da CBF. Caso passe para a segunda fase, poderá conquistar R$ 650 mil, e na terceira fase, R$ 1,5 milhões. Uma boa campanha do Náutico, que consiga chegar nas Oitavas de final, superando a campanha do Santa Cruz que conseguiu chegar na quarta fase em 2019, o Timbu poderá conquistar ao todo R$ 7,2 milhões, o que é uma receita excelente para sustentar a campanha do brasileirão desta temporada.

Campeonato Brasileiro

A inconsistência foi o principal adversário do Timbu na Série B do ano passado. Foto: Tiago Caldas / CNC

Esse aqui é o mais importante. Voltar à Série A é prioridade para jogadores, comissão técnica, diretoria e, principalmente, para a torcida. Depois do começo meteórico do Náutico no ano passado, muitos achavam que o Timbu não apenas subiria de divisão, mas conquistasse o título da segundona. Mas a inconsistência e a falta de agilidade para repor peças fundamentais no time foram o calcanhar de Aquiles do time, que não conquistou o acesso e viu atletas importantes saírem no final do campeonato.

O Timbu conseguiu o feito de passar 14 rodadas invicto na segundona ano passado, algo bastante positivo, mas a falta de consistência a partir da primeira derrota, contra o Coritiba na 15ª rodada, foi o que preveniu o clube de subir de divisão. Derrotas atrás de derrotas, empates com gols concedidos no fim e vitórias sofridas foram o que marcaram a reta final de campeonato do Náutico, que não terá o privilégio de repetir isso este ano, com o tamanho do investimento que foi e será aplicado durante a temporada, sem falar do nível dos adversários que desceram de divisão, obrigando o Náutico a abraçar qualquer oportunidade que tiver de subir para a Série A.

Elenco

O Náutico decidiu reforçar a defesa este ano, trazendo zagueiros como João Paulo, revelação do Fortaleza. Foto: Tiago Caldas / CNC

Um passo importante foi a permanência da base do elenco do ano passado, com Camutanga, Rhaldney, Jean Carlos e Kieza. Outros jogadores como Júnior Tavares, que se juntou ao elenco no meio da temporada, também foram vistos com bons olhos para a torcida. Mas a grande jogada deste ano foram as contratações na defesa. A terceira pior defesa da Série B 2021 precisava urgentemente de reposições, e a chegada do goleiro Lucas Perri, e dos zagueiros Wellington e João Paulo (Foto) foram importantes para esse começo de temporada. Outro ponto foram os volantes, que foram muitos durante 2021, mas poucos conseguiram “arrumar a casa” na cabeça de área, o que se fez necessário trazer Richard Franco para fazer dupla com Rhaldney. E no ataque, que não conseguiu encaixar depois da saída de Erick, veio Ewandro do CRB, que conhece o futebol pernambucano devido a sua passagem pelo Sport em 2020.

Mais um ano com Hélio

O treinador elogiou o atual elenco alvirrubro. Foto: Tiago Caldas / CNC

Tudo gira em torno do treinador Hélio dos Anjos. Certamente não será ele que chutará a bola para o gol, mas sua função como treinador e como “pai” do elenco será fundamental para o sucesso do Timbu nesta temporada. Com a confiança do elenco, da diretoria e da torcida, tudo pode se dar a perder caso algum embate aconteça nos bastidores. O elenco que o treinador e o executivo Ari Barros montaram não é ruim, mas necessita de muito mais que habilidade para chegar no objetivo principal que é o acesso a Série A em dezembro: necessita de comprometimento, raça, e principalmente de consistência, elementos que faltaram ano passado e que tiraram a chance do Timbu de fazer uma temporada histórica.

Mas nem tudo está perdido, e 2022 entrega ao Náutico mais uma chance de escrever uma história melhor do que têm até aqui, uma chance para não cometer os mesmos erros que vêm cometendo ano após ano, uma chance para ser o time cuja força e raça fascina e seduz, como diz seu hino, e não um clube que, como os rivais costumam a brincar: nada, nada, e morre na praia.

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