O meia Gustavo Scarpa, do Atlético-MG, não vai aceitar a alternativa de pagamento proposta na última quarta-feira (22) pelo atacante Willian Bigode, do Santos, no caso das criptomoedas envolvendo ambos.
Como mostrou a ESPN nesta quinta-feira (23), Willian propôs uma nova opção para Scarpa receber de volta os R$ 6,3 milhões que perdeu em investimentos em cripto feitos na operadora Xland, um dia depois da Justiça comunicar que as pedras preciosas da corretora não têm valor suficiente para cobrir o prejuízo.
De acordo com a defesa de Bigode, a própria Xland publicou em suas redes sociais que possui ativos em criptomoedas junto à empresa norte-americana FTX, tendo colocado ativos digitais de seus credores junto à companhia estrangeira.
Recentemente, a FTX anunciou que recuperou US$ 16,3 bilhões (R$ 83,92 bilhões) para ressarcir clientes que sofreram perdas com o colapso da exchange, ocorrido em novembro de 2022.
Como deve pagar US$ 11 bilhões (R$ 56,63 bilhões) aos seus credores, a FTX teria ainda US$ 5,3 bilhões sobrando (R$ 27,29 bilhões).
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A defesa de Willian salienta que a quantia é “suficiente para quitar todos os seus débitos e ressarcir todos os seus clientes”, inclusive os que foram lesados no caso da Xland.
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Com isso, os representantes do atleta do Santos pediram que a Justiça emita um ofício à corretora estrangeira, de forma que os norte-americanos informe a extensão dos ativos que Xland mantém na plataforma de investimentos.
Willian (dir) e Gustavo Scarpa comemoram gol do Palmeiras sobre o Ceará Cesar Greco/Ag Palmeiras
Os advogados de Gustavo Scarpa, porém, contestam a movimentação de Bigode.
A ESPN teve acesso ao documento de 116 páginas que contém a lista de credores da FTX. Na relação, que possui 9.693.985 itens, de fato não consta o nome da Xland e nem de seus sócios, Gabriel de Souza Nascimento e Jean do Carmo Ribeiro. Também não aparece o nome de Gustavo.
Justamente por isso, a defesa de Scarpa afirma que a petição feita pelos advogados de Willian é apenas um “subterfúgio” para “não assumir as responsabilidades quanto ao ressarcimento” do dinheiro do meio-campista.
“A aludida lista (de credores da FTX) fora disponibilizada publicamente e constata-se […] que não se encontra o nome da empresa ré, Xland, tampouco de seus sócios ou o nome do autor. Ou seja, a informação creditada pelos réus, Xland, Gabriel e Jean, e avalizada pelos outros réus, WLJC, Willian e Camila, foi apenas mais um pretexto e subterfúgio para não assumirem as responsabilidades quanto ao ressarcimento ao autor”, escreveu Carlos Henrique Pereira, advogado do atleticano.
Vale ressaltar que a movimentação de Willian se baseia no fato da própria Xland ter dito em suas redes sociais que possuía ativos na FTX, como pode ser visto abaixo:
Em decisão proferida na última quarta-feira (22), o juiz Danilo Fadel de Castro, da 10ª Vara Cível do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), intimou Scarpa e deu prazo de cinco dias para que o jogador responda se aceita os termos propostos por Bigode.
Porém, como a defesa de Gustavo indicou nesta quinta que quer que o pedido feito por Willian seja indeferido, o processo agora terá sequência em outros termos.
Foto Destaque: Gustavo Scarpa. (Foto: Reprodução/Internet)
Créditos: ESPN.