Náutico afasta funcionário após acusação de racismo do assistente no sub-20

admin

admin

Compartilhe

Foto: Tiago Caldas / CNC

No confronto entre Náutico e Retrô, válido pela 3ª rodada do Campeonato Pernambucano Sub-20, o assistente Anderson Cássio Matias Silva diz ter sido vítima de racismo por um dos membros da comissão técnica alvirrubra. A polícia chegou a ser acionada e o funcionário levado à delegacia para depoimentos. O timbu chegou a se posicionar por meio de uma nota oficial, um pouco antes da partida do domingo contra o Vitória:

“O Náutico tem trabalhado, cada vez mais, para ser um clube de todos. Sem distinção de cor, classe ou gênero. Foi seguindo tais princípios que a diretoria executiva lançou, desde o primeiro ano da atual gestão, uma série de ações voltadas para a inclusão. Como o Sócio Nação Timbu, uma categoria social do programa de sócios. Outra iniciativa, recente, de grande repercussão, foi o lançamento de uma camisa especial, preta, sob o lema Vidas Negras Importam. Ali, pela primeira vez em sua história, os atletas de linha do Timbu vestiram preto, na intenção de expressar uma reparação histórica, por atitudes adotadas no passado. Contamos com a participação do ex-goleiro Nilson, vítima de insultos racistas anos antes, proferidos por parte de nossa própria torcida.

Em novembro passado, em comemoração ao Dia da Consciência Negra, atletas e membros das comissões técnicas das categorias de base participaram de uma palestra com o coletivo negro Afronte, no auditório do CT Wilson Campos. Atividade sintonizada com o posicionamento assumido nesta gestão.

Por tudo isso, vimos a público novamente apresentar um posicionamento. O episódio ocorrido ontem, com suposta manifestação racista de um membro da comissão técnica da categoria sub-20, durante o jogo Náutico e Retrô, pelo Campeonato Pernambucano da categoria, está sendo apurado. A versão de pessoas presentes contraria a queixa apresentada contra o roupeiro do clube. Mesmo com todos os depoimentos colhidos, inclusive diante da delegada do caso, e que atestam a inocência do profissional, seguimos levantando as informações, porque qualquer atitude deste tipo será veementemente repreendida pela diretoria do Náutico. Não toleramos o preconceito, a discriminação, onde quer que se manifestem. Não vamos admitir que a instituição seja conivente com agressões deste tipo, se ocorrerem – e temos atuado firmemente para que fiquem no passado. Protestos contra decisões de arbitragem ou rivalidades naturais entre torcidas não podem extrapolar os limites da civilidade e do respeito.

Portanto, o jurídico do clube acompanha o caso. Sempre obedeceremos à lei, ao bom senso e estaremos em consonância com princípios humanitários. O Clube Náutico Capibaribe reforça seus objetivos de agir por uma sociedade justa, igual e livre de preconceitos. Somos um clube feito por todos e para todos. Não mediremos esforços para que o futebol também seja espaço para a construção da tolerância, da cidadania e da garantia de direitos.”

Link da postagem

Mas ontem à noite, o Náutico voltou a se posicionar em mais uma nota oficial, dizendo que quem proferiu as ofensas foi outro funcionário, e não o roupeiro da equipe como foi escrito na Súmula, mas acrescentou que o mesmo nega ter cometido racismo. O Náutico diz que continuará apurando a denúncia, mas que o funcionário está afastado do cargo:

“O Clube Náutico Capibaribe vem a público se posicionar, mais uma vez, sobre a acusação de injúria racial contra um integrante da delegação do clube, episódio que teria ocorrido no jogo do último sábado (28), entre Náutico e Retrô, pelo Campeonato Pernambucano Sub-20.

Após apuração interna, com escuta dos funcionários presentes, constatou-se que o roupeiro Marcelo Eugênio não proferiu qualquer agressão ao assistente da partida. Um outro membro do grupo protestou durante a partida, com insultos, mas este profissional nega, veementemente, ter cometido acusações racistas.

Diante destas circunstâncias, com o caso ainda em andamento, a direção executiva do Clube Náutico Capibaribe decidiu afastar este segundo profissional de suas funções, até a conclusão do inquérito policial. Entendemos que apenas após a devida apuração e decisão, por parte das autoridades competentes, será possível adotar uma atitude definitiva. Queremos garantir o direito à defesa, sempre reafirmando a postura do clube, que não admite a prática da discriminação, de nenhum tipo. O Náutico lutará, sempre, pelo respeito à Lei e às pessoas.”

Link da postagem

O ocorrido foi devidamente registrado na Súmula da partida, tanto pelo árbitro Ralfy Luis Roberto, como pelo assistente Anderson Cássio Matias Silva. No documento, ambos afirmam ter identificado o agressor na hora e acionado a polícia militar logo depois. Confira a Súmula da partida:

Súmula Online

FEDERACAO PERNAMBUCANA DE FUTEBOL SÚMULA ON-LINE
FEDERACAO PERNAMBUCANA DE FUTEBOL SÚMULA ON-LINE

 

Mais notícias

Seja notificado das últimas notícias do nosso site