O ex-jogador de futebol e treinador Branco, esteve no Recife nesses últimos dias e conversou conosco. Um dos temas pautados foi sobre a importância da cidade no ano de 1993, para a conquista do tetracampeonato. O lateral-esquerdo falou sobre o dia 29 de agosto, o famoso confronto no Arruda, entre Brasil e Bolívia. Ele também comentou como aquele clima do torcedor pernambucano, proporcionou para os jogadores mais energia dentro de campo.
“A gente vinha de uma derrota na primeira eliminatória fora de casa em La Paz contra a Bolívia. E aí a gente estava sendo muito criticado, mas o povo pernambucano abraçou a gente. Então, o Arruda naquele dia estava lotado e aquela energia nos ajudou. A gente se consolidou e encaminhou nossa classificação, com aquele calor humano e toda corrente positiva”, comentou Branco.
A goleada e vitória do time contra a Bolívia naquele dia por 6 a 0, foi vital para a arrancada da seleção brasileira na conquista do título mundial, no ano seguinte em 1994.
Cargo
Atual coordenador de base da CBF, Branco falou sobre o potencial da região do Nordeste e também do estado de Pernambuco em revelar grandes jogadores atualmente, seguindo os exemplos do passado.
“O nordeste sempre teve grandes nomes(vindo das categorias). Hoje a gente tem bons nomes como o Matheus Cunha, Nino, e no passado exemplos como Ricardo Rocha e Rivaldo. O próprio Hernanes que agora tá no Sport, além do Daniel Alves. Então aqui sempre revelou grandes jogadores, o nordeste é um celeiro” disse.
Sobre o processo de formação de jogadores, o coordenador analisou as dificuldades com relação ao orçamento que os clubes estão passando para trabalhar mais nas divisões de base. Apesar dos problemas, vários atletas estão sendo observados e convocados.
“Aqui também oscila muito porque assim como em outros lugares, a parte financeira acaba afetando os clubes, mas são times que tem um potencial muito grande, como Náutico, Sport e Santa Cruz. O Retrô é um grande exemplo de formação hoje, investe muito na base e nós estamos de olho. Temos olheiros por todo o canto e o Nordeste tem um índice muito grande de convocação para a seleção de base, não só em Pernambuco, mas nos outros estados como Ceará e Bahia” analisou o coordenador.
Vencedor fora de campo
Branco pode se considerar um vencedor também fora do campo. Ele contraiu a COVID-19 neste ano e passou por momentos difíceis de recuperação no mês de março, chegando até a ser entubado durante o tratamento. Recuperado, ele agradeceu a oportunidade de estar vivo e de poder estar junto com toda a delegação em Tóquio, na conquista do ouro nas olimpíadas.
“É uma doença traiçoeira, graças ao papai do céu, eu pude continuar firme aqui e ter a oportunidade de fazer parte de um título que ainda não tinha na minha carreira (ouro olímpico)”, comentou.
