O presidente do Sport, Yuri Romão, é claro: até aqui, não há investidor em negociação, nem sequer há um modelo ideal definido pelo clube; por outro lado, há sim, o desejo e muita cautela por parte do Leão no intuito natural: transformar-se numa Sociedade Anônima do Futebol (SAF). O prazo estipulado pelo mandatário rubro-negro é ter tudo acertado e devidamente aprovado pelo Conselho Deliberativo (CD) do clube até o final deste ano.
Em janeiro deste ano, o Sport visitou o Cruzeiro, em Belo Horizonte, e o Coritiba, na capital do Paraná, para conhecer os modelos dos clubes e como o Leão poderia se inspirar nas ações de mineiros e paranaenses para avançar na sua concepção.
“Essas visitas foram muito importantes para que a gente pudesse fazer um planejamento interno com relação aos próximos passos. Os ritos necessários para uma possível SAF. Tenho dito há algum tempo que os clubes do Nordeste não terão êxito, não conseguirão acompanhar as equipes do Sul e Sudeste se não tiver um parceiro”, afirmou Yuri Romão à Itatiaia.
“O Sport é um clube grande, de massa, com patrimônio e este ano vamos ter uma receita ao redor de R$ 85 milhões. Como vamos alcançar bons resultados diante de equipes que fatura R$ 1,2 bilhão como é o exemplo do Flamengo, R$ 1 bilhão, como é o Palmeiras e Corinthians, e R$ 700 milhões, como é o São Paulo? Enfim, precisamos ter uma parceria”, acrescentou.
Questionado mais diretamente se já teria alguma negociação em curso, o mandatário foi taxativo: “Não tenho nada de SAF, nem para o CD foi ainda”, garantiu.
O modelo de SAF para o Sport
Para o presidente Yuri Romão, o mais importante, para já, é que o Sport defina um modelo para a sua SAF. Questionado sobre a ansiedade do torcedor rubro-negro, que vê SAFs de rivais como o Bahia e de outros clubes saindo do papel e não enxerga concreto avanço do Leão, o mandatário destacou que é preciso agir com cautela.
“A gente não definiu ainda, mas é a coisa mais importante a ser feita. A torcida está ansiosa para isso? A ansiedade não é benéfica nesse momento. Precisamos fazer as coisas com muita calma. Se a gente erra neste momento são no mínimo dez anos casados. A gente pode arruinar o desejo nosso de estar entre os maiores. Não vou agir com ansiedade, nem pular etapas. Vamos fazer as coisas de forma paulatina, se é que o nosso sócio na assembleia vai achar que devemos ter a SAF. Vamos procurar o parceiro ideal”, explicou.
O presidente do Fortaleza, Marcelo Paz, em entrevista recente à Itatiaia, pontuou que não pretende deixar que o clube seja minoritário numa eventual SAF. Perguntado se pensa de maneira semelhante, Romão minimizou o percentual a ser negociado.
“O que menos me interessa é o percentual da SAF, o mais importante é o acordo de acionistas, até onde o investidor pode ir, até onde o Sport tem direitos? Isso sim. Se vai ter 50%, 40%, 20% é o que menos importa. O Sport tem patrimônio, muito. Não sei se o patrimônio do Fortaleza, do Ceará, do Bahia, do Vitória é tão grande quanto o do Sport. O que posso dizer de antemão é vamos ter muita seriedade e responsabilidade na assinatura desse contrato”, detalhou.
Vale destacar que os modelos visitados pelo Sport, do Cruzeiro e do Coritiba, em ambos, as negociações envolveram a cessão de 90% sobre o capital do clube-empresa. “Hoje temos um planejamento em relação À SAF e imagino que até o final do ano tenhamos ela aprovada através do CD”, pontuou.
Créditos: Itatiaia
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