Com o rebaixamento do Náutico decretado, um grupo de oposição à atual gestão que defende a renúncia do presidente do clube, Diógenes Braga, concedeu uma entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira para a imprensa, no Paço Alfândega, no centro do Recife. Na coletiva, as lideranças do movimento, encabeçadas por Plínio Albuquerque e Bruno Becker, falaram sobre os erros cometidos ao longo do ano e não descartaram um pedido de impeachment.
No local, além de Plínio, que foi candidato a presidente na última eleição e Bruno Becker, ex-vice presidente jurídico, estiveram Thiago Dias, Newton Morais, Aluísio Xavier, Alexandre Pitt, Sergio Lopes e Ernesto Cavalcanti.
“Reforçando, não é impeachment, é renúncia. Estamos pedindo, carinhosamente, delicadamente, educadamente, que o presidente entenda que ele tentou, se esforçou, colocou as habilidades na mesa e diante do clube que ele ama, mas não deu certo. Presidente Diógenes Braga, todos os senhores da mesa pedem que o sr renuncie ao cargo. O sr tentou, mas não conseguiu. E o náutico é muito maior que todos nós”, afirmou Plínio.
O ex-candidato revelou que ele e outras lideranças procuraram Diógenes durante a campanha do Náutico na Série B – e em uma dessas conversas, antes da partida contra o CSA, na 27ª rodada, o presidente recusou a ajuda, falando que “tudo estava sob controle” e que o alvirrubro “não seria rebaixado”.
“O Náutico vive um momento muito difícil. Estamos muito preocupados, tristes e decepcionados com tudo que vem acontecendo. Quando houve o processo de eleição, sabíamos que poderia acontecer isso. Hoje, se provou o que falamos pré-eleição. Esse modelo de gestão é um modelo que levou à falência. A liderança de Diógenes é muito solitária, independente e traz sérios problemas para o clube. O clube não é gerido sozinho. Gerir o Náutico sozinho é sinônimo de falência”, afirmou Plínio.
Newton Morais, um dos membros do grupo, leu o manifesto pedindo a saída de Diógenes e de toda a diretoria alvirrubra. A carta conta com a assinatura de 106 sócios alvirrubros, e defende que “novos dirigentes, devidamente qualificados, tirem o Náutico desta situação”. Porém, o grupo não descartou a possibilidade de abrir um processo de abertura de impeachment, caso Diógenes opte por não renunciar, apesar de Bruno Becker deixar claro que isso seria muito prejudicial ao Náutico.
“É óbvio que não se pode descartar um processo de impeachment, (mas) não é o que nós desejamos. É a melhor saída para o clube? Não, não é. Um processo de impeachment, que é desgastante, vai prejudicar muito o clube. O presidente Diógenes Braga pode contribuir para que não se chegue a esse ponto”, afirmou o ex VP jurídico.