A dura derrota contra o CSA por 2 a 0 ontem, em confronto válido pela 27ª rodada do Brasileirão Série B, mostrou uma velha deficiência do Náutico: o Timbu foi melhor que o adversário nos 45 minutos iniciais, mas a falta de definição na partida o deixou vulnerável na etapa final. O treinador Dado Cavalcanti cobrou justamente efetividade do elenco alvirrubro, em sua análise da partida na coletiva pós-jogo.
“Nós tivemos um primeiro tempo muito favorável, fomos superiores ao adversário. Mas pecamos muito na tomada de decisão final, na escolha entre passar e chutar, conduzir um pouco mais. A estratégia correspondeu, conseguimos sair da pressão. Toda vez que a gente atraiu o adversário para o nosso campo e saímos nas costas, conseguimos acelerar com perspectiva de contra-ataque. O resultado foi favorável para a equipe mais competente. A gente errou em um contra-ataque no segundo tempo. Acho que não era para correr para a pressão, mas para voltar e controlar a profundidade atrás. Quando tomamos a primeira passagem, o CSA ficou em vantagem à frente e o Elton foi feliz na finalização”, comentou o treinador.
“Entra também o aspecto emocional, correndo atrás, buscando alternativas novas. O tiro de misericórdia veio quando eu fiz três alterações, mudando completamente o desenho tático da nossa equipe. Assim que fiz as trocas tomamos o segundo gol. Fica pesado tirar dois gols. O CSA teve uma defesa mais sólida. A competência do adversário foi o detalhe”.
Mesmo tentando mudar o esquema e os jogadores, Dado Cavalcanti esbarra na limitação do elenco alvirrubro – são muitos jogadores técnicos no elenco e poucos de velocidade, o que impede que o time seja mais intenso nas partidas, e intensidade é o que vem faltando para o time nesta reta final de campeonato.
“O Náutico neste ano, até pela passagem de muitos treinadores, acaba que tem na montagem do elenco um pouco de cada característica dos técnicos que passaram. Talvez, nesta reta final, a gente tenha jogadores mais técnicos e menos intensos. Tem jogador com mais maturidade para enfrentar a situação de lanterna da Série B, mas sente o cansaço com partidas sucessivas. Então, entendo que traz mais dificuldades. É o cobertor curto. Quando você quer encaixar a marcação, perde a qualidade técnica. Quando quer criar mais, perde intensidade e velocidade. Entendo que a gente fez um bom jogo, equilibrado, mas pelo detalhe não conseguimos um resultado melhor. Em dois dias teremos que buscar os jogadores que estão melhores desportivamente, em questão técnica, física e emocional para a gente fazer um jogo mais eficiente em casa e possamos voltar a pontuar”, concluiu Dado.