No confronto direto pela luta contra o rebaixamento na Série B, o Náutico recebeu o Vila Nova nos Aflitos com a esperança de conseguir embalar na competição e diminuir a sua diferença para o CSA, primeiro time fora do Z4, com 26 pontos. Mas, mesmo com 13 mil alvirrubros em peso numa sexta-feira, às 21h30, festa na chegada do ônibus dos atletas, e abrir o placar no primeiro tempo, foram suficientes para o Náutico segurar a vitória. A equipe recuou, e viu o Vila Nova crescer e arrancar uma virada heroica contra o Timbu e afundar o alvirrubro pernambucano de vez na lanterna da competição.
Resumo
A partida começou com as duas equipes recuadas – o Vila Nova, que jogava fora de casa, não queria se arriscar muito e sair atrás no jogo, e o Náutico também não queria se expor, tocando a bola muito devagar no setor defensivo e o Vila Nova cobrindo os espaços no ataque. Mesmo com um futebol bastante pobre, o Náutico ainda foi presenteado com um gol, isto porque aos 17 minutos, após um cruzamento de Anilson buscando o atacante Jonathas Jesus, o goleiro Tony espalmou a bola, que bateu no zagueiro Rafael Donato e morreu dentro das redes.
Daí em diante, o Náutico recuou mais ainda, trocando passes lentos e não criando nenhuma jogada de risco. Jean Carlos até tentou um chute na entrada da área, mas a bola tirou tinta da trave de Tony. O único ataque perigoso do Vila foi um belíssimo chute do meia Wagner, que explodiu o ângulo da trave de Bruno. Mesmo vencendo por 1 a 0, no apito do intervalo, os jogadores do Náutico saíram para o intervalo debaixo de vaias da torcida.
No segundo tempo, Elano decidiu tirar Jesus e colocar Kieza, junto com Pedro Vítor, para dar mais velocidade nas alas alvirrubras – o treinador aproveitou também para tirar Souza, que fazia uma má partida até então. Essas mudanças oxigenaram o setor ofensivo alvirrubro, mas isso não foi convertido em lances perigosos. Aos 30 minutos do segundo tempo, uma cena chamou atenção: Jean Carlos pediu para ser substituído, já que o meia tinha corrido muito e estava muito cansado. O pedido foi ignorado pelo treinador Elano, e após um ataque de meia, ele caiu no chão e o Juiz mandou seguir. Na sequência do lance, Wagner recebeu um cruzamento na área, chutou, Bruno espalmou e o próprio atacante cabeceou para o fundo das redes, empatando o jogo.
O treinador Elano reclamou com Jean Carlos, já que o meia não fez a recomposição que resultou no gol adversário, e o meia discutiu com o treinador, sendo contido pelos zagueiros do Vila Nova. O Náutico ainda teria um pênalti não marcado, após a bola bater na mão do zagueiro Alex Silva, do Vila Nova, mas o VAR interpretou que a bola tinha batido no peito do zagueiro, antes dele tentar tirar o braço e a bola bater mesmo assim. Na sequência deste lance, Rafael Donato aproveitou uma cobrança de lateral e cabeceou firme no canto de Bruno, garantindo a vitória do Vila Nova fora de casa.
Pós-jogo
Muita confusão foi registrada após o fim da partida. Banheiros químicos foram derrubados na saída das arquibancadas, torcedores discutiram e entraram em confronto com a PM e alguns tentaram invadir o vestiário alvirrubro. Na classificação, a situação do Náutico é bastante delicada: na lanterna com 21 pontos, a Universidade de Minas Gerais já trabalha com 85% de chances do Náutico ser rebaixado para a Série C. O Timbu tem uma diferença de 5 pontos para o CSA e vai jogar dois jogos fora de casa contra o Cruzeiro e o próprio CSA. Já o Vila Nova ganha uma sobrevida – a equipe agora vai para 18ª posição com 24 pontos, apenas 2 a menos que a equipe alagoana.
Próximos jogos
Na próxima sexta-feira, o Náutico vai até o Mineirão, encarar o líder Cruzeiro, que está embalado com 12 jogos sem perder em casa. Já o Vila Nova joga um dia antes, na quinta-feira, contra o Sampaio Corrêa, em casa. Os dois jogos são válidos pela 26ª rodada do Brasileirão Série B.