Confira fala de Leston Júnior, Marcelo Segurado e dos jogadores do elenco tricolor na coletiva pós-jogo pela Série D

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Após a vitória de virada por 3 a 2 contra o Atlético de Alagoinhas, o agora ex-treinador do Santa Cruz Leston Júnior e o ex-executivo de futebol Marcelo Segurado fizeram uma dura crítica a diretoria Coral, juntamente com os jogadores, que acabou resultando na demissão de ambos, horas após as declarações. Na coletiva, os dois tomaram um tom de alerta à atual situação do clube, citando atrasos no pagamento de salários e até mesmo o comprometimento de membros tricolores com o clube.

“Peço licença para proferir algumas palavras, externar algumas situações. O Santa Cruz é um grande clube, mas é algo da história. O momento não condiz. Jogadores, comissão e funcionários têm mais respeito ao clube do que muita gente que anda por aí falando que ama”, iniciou Leston Júnior.

“Que fique claro, repito, o que os senhores vão ouvir aqui é desabafo e reivindicação apenas de salário. Todo mundo aqui é pai de família e precisa chegar em casa pagar suas contas, porque isso aqui, por mais que muitos pensem que são máquinas, são seres humanos. Têm problemas como todo mundo tem, têm família como todo mundo tem. Jogam por sobrevivência, afinal, nós vivemos em um mundo capitalista”, complementou.

“Então, o que nos motivou muito a isso aqui, além de todos esses problemas, é condição de trabalho, e eu não estou aqui dizendo que isso é responsabilidade de quem tá na presidência não, é porque o clube está largado mesmo. O Antônio está aí, o presidente, e ele está largado mesmo, eu vejo o dia a dia. Porque também não vou ser injusto”, disparou Leston.

Estrutura do Clube

Leston criticou a estrutura do Santa Cruz quando comparado a da maioria dos clubes da própria Série D, e falou sobre a falta de segurança e condições de trabalho para a comissão técnica e jogadores.

“Eu falei na coletiva da quarta: eu vivo em um ambiente covarde, o futebol. Nós profissionais somos covardemente atacados, a nossa honra, dignidade, todo dia em função de um resultado do jogo, mas eu não preciso ser covarde como o futebol é. Cadê os apaixonados que diziam, muitos aí na época de uma eleição, que ‘nós vamos juntos com o clube’? Muitos aí tem amor às pessoas e não ao Santa Cruz”, afirmou o treinador.

“Nós não temos condição superior nem a 30 clubes desses 64 (da Série D), só que na hora de meia dúzia, e não estou falando de invasão de CT não, que isso é caso de polícia, que é obrigação do clube nos dar segurança. O clube só vai atingir objetivo de acesso se houver condição com dignidade mínima. Ninguém está pedindo luxo para trabalhar”, afirmou.

“Estamos pedindo campo em condição de treinar, de um atleta se alimentar de forma devida. E é isso que nós estamos dizendo. E obviamente salário. Se o segurança não recebe, o médico não recebe… ‘Ah, esses caras não jogam não’. Eles são tão importantes em alguns casos até mais do que esses caras que estão aqui, porque eles dão condição a esses caras. É um manifesto nesse sentido. Não vamos esmorecer não, porque tem profissional, primeiro, que se respeita, que respeita a si próprio, a sua família, e seu trabalho, e a instituição. Afinal de contas, vários disseram não para esse clube em função do que o clube se tornou, e todo mundo que está aqui topou o desafio. Mas é preciso que se dê condição digna para que esse grupo aqui possa conduzir o clube aonde todo mundo quer”, alertou.

“Isso aqui não é o lugar do clube, mas é o lugar que colocaram o clube e para tirar a gente precisa melhorar muito enquanto clube. E aí precisa da união de todo mundo e não ficar na rede social ficar ameaçando. Promover uma situação que não existe. “Não porque o Santa Cruz é a maior camisa da Série D”. E daí? Isso representa o que?” indagou o comandante.

Marcelo Segurado

O Executivo Marcelo Segurado também falou na coletiva, e pediu que haja união entre os torcedores do Santa, para que não deixem o clube “se acabar”.

“Fica um recado para toda nação e toda a parte política do clube: se unam! Porque quem está se acabando é o Santa Cruz. Vocês precisam entender que existe um projeto e esse projeto precisa ir para a frente. Em momento algum, esse grupo esmoreceu. Estamos expondo dificuldades, todo mundo é pai de família. Nós fomos ameaçados de morte, isso não é futebol, não é amor. Chamamos a torcida para estar junto com a gente, mas não é só isso. Precisamos de estrutura, do mínimo possível. Cadê as pessoas que ajudariam o Antônio?”, comentou o executivo.

Jogadores

Gilberto, capitão e líder do time, também comentou sobre a situação do clube, e pediu uma ação imediata da diretoria aos problemas financeiros do Santa.

“Nosso time mostrou que não existe covardia. Desde o início, estamos brigando e lutando. A partir de hoje, esse grupo vai ter uma atitude diferente. E mostramos hoje. Precisamos vencer, mas os funcionários precisam de dinheiro. Nós jogadores precisamos de dinheiro”, afirmou.

“Chega de se acovardar. Esse grupo aqui é de homens, e vamos ganhar daqui pra frente. Isso não é baboseira, esse grupo aqui é de caráter. Não entendam como desabafo, porque todo mundo aqui tem personalidade e vive do futebol. Mas a partir de agora, vamos cobrar o que é nosso”, concluiu.

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