Não a dúvidas que o atacante Kieza é o querido da torcida alvirrubra, e que o carinho que o atleta tem pelo Náutico já foi reforçado por ele inúmeras vezes, mas a relação entre a torcida e Kieza sofreu um duro golpe no último jogo contra o Bahia pela segunda rodada da Série B. O atacante não conseguiu apresentar um bom futebol na partida, e passou grande parte do jogo marcado pela defesa baiana, o que rendeu muitas vaias da torcida quando Kieza foi substituído nos minutos finais de jogo. O jogador reclamou na coletiva de ontem das vaias que sofreu, criticando alguns torcedores por não saber o que ele fez para poder jogar no clube.
“Estou magoado com certas coisas. Tenho 16 anos de futebol e nunca fui vaiado na minha vida, por torcida nenhuma. No último jogo fui vaiado pela torcida que amo, que eu decidi amar. Estou muito magoado por tudo o que já fiz. Se as pessoas soubessem o que já fiz de abrir mão de dinheiro, entrar em campo machucado. As pessoas não sabem de nada”, reclamou o atacante.
Nos sete jogos que Kieza participou este ano, o atacante não marcou nenhum gol – E muito se deve a lesão no tendão de Aquiles que ele sofreu ano passado, que o tirou da metade da Série B. Após seu retorno, Kieza ainda sofreu mais uma lesão na coxa, que o tirou por mais algumas semanas.
“Foram dez meses sem jogar direito. Me machuquei, tive uma lesão grave. Não é desculpa e nem pé ara me esconder atrás da lesão. Quem entende de futebol sabe. Mas o torcedor não entende de futebol, não sabe o que significa uma tática, um jeito de jogar. Fiquei muito tempo sem jogar. Preciso de tempo. Estou me sentindo como uma criança perdida no parque de diversões. Por mais que tenha experiência, venho de uma lesão grave. Não deveria ter voltado antes, tive uma lesão de grau 3 e as pessoas não entendem. Não sabem o que é”, complementou.
Kieza também aproveitou para rebater os boatos entre os torcedores que o atacante teria pedido para a diretoria do Náutico não contratar o treinador Roberto Fernandes, algo que, para o atacante, é um absurdo, já que os dois são amigos.
“O Roberto é um amigo que a gente tem de muitos anos. Apesar do que as pessoas acham e falam nós somos amigos, sempre nos encontrando pela cidade e ter ele de volta é um prazer e uma felicidade enorme. Desculpa o palavreado, mas as pessoas falam muita besteira e muita merda. Pessoas que não trabalham, que não estão aqui dentro, que não vivem o clube. Que se dizem torcedores, mas para mim não são torcedores. Eu não tenho por que ficar escondendo nada porque eu já venho aguardando muito tempo essas coisas e venho me chateando muito. Por tudo que eu fiz por esse clube e por tudo o que eu faço. Se as pessoas soubessem o que já fiz por esse clube de verdade não falariam o que falam por aí”, comentou Kieza.
“Falaram que eu e o Ari (Barros, executivo de futebol) não queríamos o Roberto e queríamos outro treinador. Não sei de onde as pessoas acham isso, de onde pessoas inventam. Parece que eu que tenho a caneta, eu que sou o dono e eu que faço tudo dentro do clube. Por ter a minha experiência, por ter o meu convívio dentro do clube, as pessoas fazem perguntas. Isso é normal em qualquer trabalho. Mas nunca eu falei que não queria o Roberto. Jamais vou falar isso. Primeiramente quem sou eu para fazer isso? E ainda mais com uma pessoa que tenho consideração, amizade e que me abriu as portas no clube”, completou.
Ao final do desabafo, o atacante prometeu responder as críticas à altura: “Estou tranquilo. Sei que vou evoluir. Já calei a boca de muita gente e vou continuar calando”, concluiu.
