Depois da saída conturbada de Hélio dos Anjos e seu filho Guilherme dos Anjos, o Náutico não demorou muito para achar o comandante que irá assumir o Timbu para a temporada de 2022. Felipe Conceição, que estava na Chapecoense, foi o escolhido pela diretoria alvirrubra e já se encontra em Recife. O treinador tem uma baita missão: acalmar os ânimos entre torcida e atletas depois da confusão do jogo do Retrô, colocar a equipe nos trilhos, tanto no Pernambucano como na Copa do Nordeste, passar de fases na Copa do Brasil e montar um elenco competitivo para disputar o acesso no Brasileirão.
O primeiro desafio de Felipe já vai ser amanhã, contra o Atlético-BA nos Aflitos pela Copa do Nordeste. O Náutico é o único do trio de ferro de Recife que ainda não conquistou o Nordestão. Na coletiva de hoje a tarde, Felipe explicou qual será a mentalidade da equipe para a competição: “O Náutico, pela tradição e grandeza do clube, tem que entrar em todas as competições pensando no título, isso é a primeira coisa que a gente tem que pensar, então temos que buscar a cada partida um desempenho maior, a evolução da equipe e a adaptação a algumas coisas que o treinador traz com ele, o que é normal, mas sem fugir muito do estilo e da filosofia que já está implantada, porque é uma filosofia que também me trouxe para cá: a agressividade, a intensidade e a ofensividade que tem no jogo do Náutico tem a ver com o Felipe treinador também”.
A intensão do Náutico é já ter o treinador na beira do gramado amanhã, um pensamento que o comandante compartilha: “A intenção é essa. Se a questão burocrática permitir, eu estarei na beira do campo, porque já estou aqui, pedi isso ao presidente, e desde o primeiro momento que a gente se acertou eu estou vendo o jogo, o nosso adversário e os jogos anteriores e venho pensando na equipe 24 horas por dia. Então a ideia é estar na beira do campo amanhã, é um jogo difícil, como todos da Copa do Nordeste, e nós vamos hoje nos preparar para esse jogo da maneira que der”, afirmou Felipe.
O carioca comandou várias equipes durante sua carreira. Já passou por Botafogo, Macaé, América Mineiro, RB Bragantino, Guarani, Cruzeiro, Remo e a Chapecoense. O treinador é bastante elogiado por sua campanha em 2019 com o América-MG, que estava em penúltimo e arrancou até a quinta posição, deixando de subir na última rodada.
“Tenho como destaque essa campanha do América (Mineiro), claro, pela arrancada, de sair da penúltima colocação para a quinta, dentro do campeonato com menos de nove rodadas, mas tenho um bom trabalho também com o Guarani, a primeira fase do Paulistão com o Bragantino que foi a melhor equipe, tenho um turno com o Remo fazendo 31 pontos pegando a equipe na lanterna também, então onde passei eu posso falar que fiz grandes trabalhos, que melhorei a equipe, ajudei atletas a melhorarem suas performances e ajudei o clube de alguma maneira. Eu sou um treinador que gosto de deixar um legado para o clube – um trabalho para mim não é um trabalho para minha imagem, é um trabalho para o clube – sou contratado pelos clubes e procuro sair dos clubes deixando um legado de um trabalho bem-feito, de uma equipe organizada dentro de campo e de competitivo independentemente do nível”, pontuou o treinador.
Em seu último clube, a Chapecoense, o treinador foi contratado no início do ano para comandar a Chape na temporada de 2022. Com apenas seis jogos, sendo três vitórias e três derrotas, o treinador recebeu a proposta do Náutico para receber quase o dobro do salário e ainda treinar uma equipe com mais recursos e um elenco mais robusto. Felipe foi perguntado na coletiva se faria o mesmo com o Náutico, caso recebesse uma proposta melhor, na Série A por exemplo: “Foi um caso atípico, que eu não gostaria de ter feito. Se eu soubesse que o Náutico me convidaria, em janeiro eu teria ficado em casa, a verdade é essa. E muito pelo Náutico, porque eu também recebi uma proposta antes do Náutico, na mesma semana, três dias antes, e eu recusei. Então tem a ver com o que eu acabei de dizer, foi muito específica, a situação. Ano passado eu tive uma conversa com Diógenes (Braga), e eu estava no Remo, e lá eu me comprometi com o presidente do Remo para ir até o final da Série B e fui até onde me deixaram”.
“Normalmente eu sou muito fiel naquilo que eu me comprometo, mas essa situação foi atípica, envolveu outros fatores que agora não vem ao caso, mas eu posso garantir que, tirando essa situação, minha carreira mostra que meu desejo sempre é trabalhar muito tempo em um clube, deixar um legado, fazer um trabalho com jogadores jovens, tudo isso eu procuro fazer nos clubes. Somente dois clubes eu pedi para sair, que foram o Guarani e o América (Mineiro), e talvez eu tenha me equivocado nos dois, então é algo que eu aprendi. Mas eu venho para permanecer no Náutico por muitos anos, esta é a minha intenção”, concluiu Felipe.
Ari Barros, Diretor Executivo do clube, também comentou sobre o treinador e aproveitou para dar as boas-vindas à Felipe: “Ele é um treinador jovem, que vem com muita sede, vontade e um desejo enorme de nos ajudar a conquistar todos os nossos objetivos. E uma das coisas que tem deixado toda a direção (do Náutico) muito alegre e satisfeita é a performance, a alegria e a satisfação com que o Felipe está chegando para poder trabalhar, para estar de pé todos os dias com os nossos atletas. Quero desejar toda a alegria do mundo, toda satisfação e todas as vitórias necessárias que nós precisamos para essa temporada. E o que eu posso dizer é que seja muito bem-vindo, e que Deus possa iluminar os seus pensamentos, os seus objetivos e suas decisões, e o executivo estará aqui para apoiar no que ele precisar, durante todos os dias”, desejou o executivo.
