Depois do episódio em que torcedores brigaram com atletas e comissão técnica após a derrota por 2 a 1 para o Retrô, o auxiliar técnico e filho do treinador Hélio dos Anjos, Guilherme dos Anjos, desabafou em suas redes sociais sobre a situação atual do clube. Na manhã desta sexta-feira, o Clube anunciou o desligamento do assistente-técnico por “justa causa”.
Guilherme tinha dito, em sua postagem original, que o ocorrido após a partida de quarta-feira era “inadmissível”, e, sem citar o nome do clube, reclamou de salários atrasados “recorrentes”, sem receber 13º salário, férias e outros direitos trabalhistas. A postagem foi compartilhada por vários jogadores do elenco e pelo próprio treinador Hélio dos Anjos.
Hoje, após a decisão do Náutico, Guilherme avaliou a demissão como “infundada” e “equivocada”: “No que se refere a postagem feita, esclareço que em nenhum momento me referi diretamente ao Náutico, mas sim a uma realidade recorrente no futebol brasileiro (a qual é de conhecimento público e notório), com atrasos nos pagamentos e falta de segurança. E isso precisa acabar, o futebol não é diferente de nenhum outro ambiente de trabalho, as normas e leis trabalhistas valem ali, e precisam ser respeitadas. Sempre defenderei essa melhora”, alegou.
Confira a nota de Guilherme dos Anjos:
Na data de ontem fui surpreendido com o recebimento de uma carta de demissão por justa causa completamente infundada aplicada pelo clube.
Não iria me posicionar publicamente sobre a questão da justa causa, pois esse sim é um tema que deve ser discutido por outros meios e não por meio dos veículos de comunicação. Contudo, como o clube deu publicidade a situação me vejo obrigado a me posicionar sobre o ocorrido.
Fui dispensado por justa causa sob a alegação de que teria supostamente ofendido a honra do clube ao realizar uma postagem na minha rede social, bem como por ter me ‘envolvido em evento lamentável no pós-jogo de 09/02/2022 de confronto com torcida.’
No que se refere a postagem feita esclareço que em nenhum momento me referi diretamente ao Náutico, mas sim a uma realidade recorrente no futebol brasileiro (a qual é de conhecimento público e notório) com atrasos nos pagamentos e falta de segurança. E isso precisa acabar, o futebol não é diferente de nenhum outro ambiente de trabalho, as normas e leis trabalhistas valem ali, e precisam ser respeitadas. Sempre defenderei essa melhora. Nunca ofendi ou denegri a imagem do clube, pelo contrário, sempre desejei mudanças para possibilitar melhores resultados e condições de trabalho no futebol.
Sempre me dediquei ao máximo ao clube com um trabalho incansável pelos melhores resultados ao Náutico. Minha consideração e respeito pelo Timbu não podem ser questionados. Tanto que retornei ao clube justamente para desenvolver um trabalho sério e duradouro (até, no mínimo, dezembro/2022, fim do contrato) com um único objetivo: levar o clube o mais longe possível.
No que tange ao episódio ocorrido no dia 09/02/2022 eu, assim como os demais companheiros de equipe, fomos vítimas de agressões (na entrada do vestiário) que não podem ser admitidas no futebol e nem em qualquer outro ambiente de trabalho.
Lamento profundamente a decisão (equivocada) escolhida pelo clube para encerrar este ciclo de trabalho, pois sempre acreditei muito no grupo e no projeto que vinha sendo desenvolvido.
Guilherme dos Anjos.
Até agora, o treinador Hélio dos Anjos não comentou sobre a demissão.