Protagonista na vitória por 3×2 em cima do Goiás, Cleidson Andrade, o Camutanga, cada vez mais vai se estabelecendo com o ídolo do Timbu. Apelidado com o nome da cidade em que nasceu (Camutanga-PE), o zagueiro chegou ao Náutico em 2018 desconhecido pela torcida alvirrubra, mas não demorou muito para cair na graça da torcida, e hoje é um dos jogadores do elenco alvirrubro com mais jogos.
Camutanga participou do elenco que quebrou o jejum de 14 anos sem títulos, batendo o Central na final do pernambucano. O desempenho do zagueiro foi bem na Série C daquele ano, mas o Náutico foi derrotado pelo Bragantino e viu a chance de voltar a segunda divisão escapar.
Já em 2019, o Timbu voltou mais inspirado para garantir o acesso à Série B. Não conseguiu o bicampeonato pernambucano, mas fez uma campanha sólida na Série C e conquistou o acesso numa partida de fortes emoções e polêmicas contra o Paysandu, e mais tarde, o primeiro título nacional da história do clube, com o dedo (ou pode-se dizer a cabeça) de Camutanga, que marcou um gol importantíssimo na vitória por 3×1 no primeiro jogo da final contra o Sampaio Corrêa.
Em 2020 o zagueiro estava se recuperando de uma lesão no ligamento cruzado e só voltou no começo da Série B. Muitas falhas do sistema defensivo colocaram o Náutico em uma posição de risco de queda, mas no segundo turno, com a chegada do treinador Hélio dos Anjos, o Timbu recuperou seu futebol e Camutanga foi um dos protagonistas da permanência do Náutico, com um gol de cabeça, novamente contra o Sampaio Corrêa.
Este ano Camutanga conquistou seu terceiro título com o Náutico. Com dois pernambucanos e uma Série C, o zagueiro foi titular em todos os jogos que participou. Fez um gol contra a Ponte Preta no primeiro turno e no jogo contra o Goiás, fora de casa, tirou uma bola quase que impossível em cima da linha, evitando o gol de empate da equipe goiana.
No jogo da última terça-feira, o zagueiro protagonizou uma cena parecida, quando o Timbu estava ganhando por 2×1 de virada, Weliton driblou o goleiro Anderson e chutou com o gol livre para marcar, mas Camutanga tirou quase que em cima da linha. 10 minutos depois, a bola cruzada na área achou não mais a cabeça, mas os pés do zagueiro que chutou no cantinho do goleiro Tadeu e marcou o terceiro do Náutico e seu sexto gol com a camisa alvirrubra.
O gol na última partida foi bastante importante não só para o Náutico, mas para o próprio Camutanga que não vinha numa boa fase nos últimos jogos, porém, a marca de 35 gols sofridos na Série B ainda é preocupante, considerando que o time estava com apenas 9 há 15 jogos atrás – Nas últimas 15 partidas, o Náutico teve uma média de 1,7 gols sofridos por partida.
Mas ao que tudo indica, a boa fase do Náutico voltou, e certamente Camutanga não quer ser lembrado pela média alta de gols sofridos, mas por esses momentos que marcaram a história recente do clube, em seus 130 jogos com a camisa alvirrubra.
O Náutico volta a campo no próximo sábado (16), lá em Campinas, contra a Ponte Preta, pela 30ª rodada do Campeonato Brasileiro Série B.