Mulheres marcam uma geração nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020

Anderson Silva

Anderson Silva

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Há mais de dois milhões de anos os Jogos Olímpicos são realizados. E pela primeira vez, por incrível que pareça, a presença de participantes mulheres atinge uma marca histórica. Primeiro, não era permitido participar. Será que não acreditavam na força feminina, determinação ou algo parecido?! Que pena! Perderam de vê-las brilhar milhares de anos atrás.

Essa edição dos Jogos Olímpicos, em Tóquio, sabíamos que seria diferente. A expectativa de como tudo iria acontecer com o mundo vivendo a pandemia da Covid-19 era só uma das curiosidades. Se os estádios, arenas e quadras, enfim, receberiam público ou não. Curiosidade nos protocolos dos atletas e imprensa.

Porém, algo também chamou a atenção. E gerou perspectivas em volta de Tóquio. Quando o Comitê Olímpico Internacional (COI), divulgou oficialmente, que justamente esse ano, o número de mulheres disputando medalhas seria o maior de todos os tempos, da história do evento, 49% dos competidores eram elas, e não eles. Com esses números a imprensa parou, foram reportagens, destaques, mídia pra todo lado. 

Algo que poderia ser normal, mas não foi. Tantas mulheres há anos se expõem, competem, disputam de igual pra igual com os homens. Só que a desigualdade ainda ronda o esporte no século XXI. Ao mesmo tempo, mostra que o sexo feminino continua na luta por um reconhecimento igualitário. Seja em competições, patrocinadores, tempo e/ou dedicação.

E com os jogos em andamento, pudemos ver, de longe, mas ao mesmo tempo de perto, esse número expressivo de atletas mulheres fazendo história e escrevendo o nome nos Jogos Olímpicos. Por exemplo, no skate, o Brasil tinha a mais nova competidora, Rayssa Leal, de 13 anos, que carimbou a medalha de prata. E, ainda na modalidade, a experiente e considerada um dos maiores nomes do esporte, Letícia Bufoni.

No Judô, a mulher e atleta que ganhou bronze, em Tóquio, e agora torna-se a atleta que mais ganhou medalhas em edições seguidas de olimpíadas. É demais!

E Rebeca Andrade, que fechou a participação nos Jogos com duas medalhas – prata e ouro – na ginástica artística.

Tivemos muitas histórias de pódio e superação com atletas brasileiras, como Martine e Kahane, que levaram ouro na vela. As tenistas Laura Pigossi e Luisa Stefani, que garantiram a medalha de bronze.

Sem esquecer desse fenômeno das águas abertas, a baiana Ana Marcela, ouro, campeã olímpica no currículo.

Quando falamos de mulheres fortes, voltamos as atenções também para a ginasta dos Estados Unidos, Simone Biles, que chegou como favorita na modalidade. A estrela brilhou, muito. Não no esporte, mas para ele. Alegando problemas de saúde mental, e abrindo discussão ao afirmar que o corpo e a mente não estavam em sintonia. Escolheu se cuidar, e não disputar provas que estava classificada. Deu um ensinamento para o mundo do esporte, que parou e aplaudiu de pé a americana. Chegou a ganhar ainda uma medalha de prata, na prova em equipe e outra de bronze, e voltou atrás na prova  final do individual. 

São alguns nomes que começaram a mostrar a realidade do esporte feminino. Escreveram cada palavra da história dos Jogos. A olimpíada que marcou uma geração. Motivou e revelou um povo, um gênero, uma época. 

Qual época? A época em que as mulheres, após dois mil anos, dão a volta por cima e se fazem presente no maior evento esportivo do mundo. Muita ousadia! Sim, claro! Ensinando que a competitividade é para todos e que podem chegar ao lugar mais alto do pódio. 

E no final desses quase 40 dias em clima de disputa, muitos acreditam que no quadro de medalhas, as mulheres possam se superar. 

É o que esperamos.

Paris, como será o próximo capítulo?

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