Pesadelo que se repete no Santa Cruz: quando 2020 foi ruim e 2021 conseguiu ser pior

Anderson Silva

Anderson Silva

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Kaline Bradley | 27 de Julho 2021

Eu não me lembro quando o Santa Cruz teve um ano de sossego. Entra ano, sai ano, e a história, repleta de pesadelos, continuam se misturando dentro e fora do campo: atrasos salariais, elenco brigando para não cair novamente, protestos da torcida, cobranças e a imprensa sem medir palavras para descrever cada capítulo. Em resumo: uma loucura do tamanho do Arruda!

Há quatro anos consecutivos, o time tricolor segue na batalha da Série C do Campeonato Brsileiro. A temporada passada, de 2020, foi a que chegou mais perto de pular fora do barco. Protagonizou um primeiro turno impecável, mas zerou na fase seguinte. Deu um branco. Mas como? Ninguém sabia explicar. Para muitos, era um time para subir. Só que no mata-mata, meu amigo, não subestime ninguém. Parecia uma disputa paralela.

O time estava fechadinho e com o ataque marcando gols a todo vapor. O ano era mesmo do Santa Cruz. Confiança não faltava para preencher o primeiro semestre daquele ano e aparecer no início da Terceirona. Logo em ano eleitoral. Já sabe, né?!

Em campo, a equipe contava com personagens importantes e experientes, que surpreendiam pelos resultados. O atacante Pipico se consagrou ídolo na sua segunda temporada com a camisa da Cobra Coral. Um verdadeiro xodó.

Já o volante Paulinho, dono da camisa oito, costumava falar que “quem corria era a bola”. Um futebol de classe.

No gol, a revelação Maycon Cleiton fez valer a oportunidade, assumindo o lugar do experiente Tiago Cardoso, que antecipou sua aposentadoria dos gramados após sofrer uma lesão.

Mas o sonho não foi além…

Não tendo conseguido o acesso à Série B e com eleições à porta, começava a lambança no Arruda.

Num marco histórico, a via de oposição foi quem levou. A promessa, antes de inovação, atualmente é um caminho de volta à quarta divisão.

O erro principal foi se desfazer, de início, de um time que precisava apenas de ajustes. Em seguida, vieram mais de quarenta contratações, sendo a maior parte equivocada e a não renovação do técnico Marcelo Martelotte, que conhecia tão bem o grupo.

Será que por vaidade? É o que deu pra entender! 

Com a pandemia da Covid-19 há quase dois anos, os jogos seguem sem torcida. Mas a pressão não foi aliviada.

O modo de solução foi antigo: o velho colegiado de ex- presidentes unidos para buscar uma saída e levantar um gigante que não tem forças para se levantar só. Pelo jeito, vai ser difícil vê-lo de pé tão cedo.

O preço da falta de profissionalismo no clube centenário como o Santa Cruz é bem alto. 

Onde não cabia no projeto ex-dirigentes e quase três times contratados, a dívida será longa e crescerá até ser paga de vez. Com isso, o relógio corre contra o tempo para salvar mais de cinco milhões de apaixonados e acalentar uma dor de quem acreditava numa alavancada de um grandioso clube.

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