Com o futebol deixando a desejar ao longo da Série C do Campeonato Brasileiro deste ano, os bastidores do Santa Cruz seguem fervendo e contrastando com o morno de dentro de campo. E ainda sem ter tido a chance de comemorar sequer uma vitória na Terceirona, um grupo de conselheiros do Tricolor se reuniu para protocolar uma listagem com assinaturas pedindo a saída do atual presidente Joaquim Bezerra. A atitude, no entanto, não foi bem recebida pelo presidente da Federação Pernambucana de Futebol, Evandro Carvalho.
Encarando a situação como um “golpe travestido de legalidade”, Evandro lamentou a articulação de parte da torcida para que a cadeira da presidência seja substituída no Arruda.
Além disso, na mesma nota, o dirigente do órgão máximo do futebol local ameaçou não deixar o Santa Cruz participar de competições estaduais e nacionais, a nível profissional ou amador. E relembrou a extensa dívida que a Cobra Coral mantém com a entidade.
Confira, na íntegra, a nota assinada por Evandro Carvalho:
“A Federação Pernambucana de Futebol, por seu presidente, ao final assinado, ouvido a Diretoria, vem se manifestar em caráter preventivo, acautelatório e disciplinador contra o “movimento” (extemporâneo e descomprometido com a legalidade) de um grupo de Conselheiros do seu filiado Santa Cruz Futebol Clube, almejando promover o chamado “afastamento do presidente Joaquim Bezerra”, assim, considerando as prerrogativas da entidade dirigente do futebol no estado, em especial por suas estruturas de auditoria e complaice que acompanham e monitoram todos os clubes quando a probidade da gestão, única e exclusiva circunstância ensejadora de medida extrema dessa natureza, que, por óbvio, nada se relaciona com o desempenho da equipe não autoriza “movimento” que não reconhecerá como legítimo qualquer “golpe”, travestido de legalidade que promova a exoneração compulsória do atual presidente e sua substituição por outrem, consignado, ao final, aqueles que desejam agir ao arrepio da lei que todo clube filiado, obrigatoriamente, para atuar em competições estaduais e nacionais (profissionais e amadores), carece de requerer (anualmente), em janeiro, licença e alvará de funcionamento da Federação a que esteja filiado e que, dentre as exigências para tal concessão, a mais relevante é a que o clube esteja em dia (financeiramente) com sua Federação (o que não é o caso do Santa Cruz que detém um antigo e expressivo passivo de seis dígitos), portanto, a tomada de poder por “golpe”, impedirá a liberação de tal certificação, alijando o clube de participação em competições, bem como de votar junto a FPF e a Confederação Brasileira de Futebol em toda e qualquer Assembleia, quer, Ordinária, Extraordinária ou Eletiva. O momento é de união e apoio, o que, aliás, a Federação vem fazendo desde a assunção da atual direção.
Atenciosamente,
Evandro Carvalho”